terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ambush at Tomahawk Gap - 1953


Já há algum tempo sem lembrar um faroeste, o gênero americano por excelência nos tempos áureos.Hoje não é mais: infelizmente poucos são feitos. Este aqui tava com cara de rotineiro. Comprei uma copia (pirata) numa lojinha bacana ali no Shopping Tupinambás, onde sempre se encontram bons filmes e se pode prosear com cinéfilos da velha guarda, que ainda lembram de uma Sarita Montiel ou de um Rory Calhoum. Comprei, pois o filme, assim no olho, digamos assim, já que nem nome do diretor vinha na capa, e no elenco dois nomes que eu conhecia: o canastrão John Derek e John Hodiak, este último que eu não associava as feições ao nome. A direção é de Fred Sears, diretor de carreira obscura e longa, quase sempre confinada ao filme B, com 52 filmes em uma gama de variados gêneros, e tendo falecido jovem, aos 44 anos. Ele tem uma importância, no entanto, capital na história do rock, pois foi o diretor de “Rock Around the Clock” em 1956. Bem, eu disse que o filme parecia ser mais um bag-bang rotineiro, mas me enganei. Longe de ser um clássico do gênero, mas com qualidades. O cenário é interessante e sempre rende bons filmes no gênero: a cidade fantasma. Pelo menos uma obra-prima se desenrolou neste cenário: ”Yellow Sky” de William Wellman. E é neste cenário desolado que se movem quatro bandidos, que acabaram de serem liberados da prisão após cumprirem pena de 5 anos. No caminho até a cidade, agora fantasma, sofrem uma emboscada de índios apaches, encontram uma índia navaja e a levam consigo. O líder da quadrilha havia escondido o produto de um roubo na cidade fantasma e a intenção dos bandidos era encontrá-lo. No entanto, no local, havia sobrado um último morador, um velho meio maluco, que cuidava do cemitério e sonhava com a volta dos moradores. Obviamente os bandidos não conseguem encontrar nenhum dinheiro, sofrem um grande ataque dos apaches e ainda tem que lidar com os conflitos entre eles. Até aqui nada muito distante do padrão de um faroeste: bandidos, uma mocinha, índios atacando, um dinheiro escondido e a cidade fantasma. Mas, e onde está o mocinho? Pois é, ai tá um detalhe que chama atenção no filme: ninguém é simpático ou heróico. O personagem interpretado por Hodiak foi parar na cadeia injustamente, é verdade, mas ele age como um energúmeno, e o mais próximo de um herói seria o personagem de John Derek, mas este também não faz muito para merecer o carimbo de herói do filme. Outro aspecto interessante, e que até causou alguma celeuma foi a violência, nada muito chocante diante do que viria nas décadas seguintes com Peckinpah, Leone e os spaghetti italianos, mas para os padrões da década do filme sim. O filme foi exibido no Brasil com o título, péssimo para variar, de “Os Mau Encarados”.

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