sábado, 29 de outubro de 2011

Lady of the Lake- 1988

Às vezes me pergunto qual o sentido de ficar aqui relembrando filmes esquecidos ou que nunca são citados nas histórias de cinema, e quando citados críticos riem ou simplesmente ignoram. Sei lá, pode ser loucura, combate quixotesco e, com certeza ,talvez sem sentido. Mas enfim, a verdade é que me divirto relembrando filmes realmente fantásticos mas não muito lembrados, tranqueiras divertidas e filmes muitas vezes realmente ruins que contem alguma nesga de insanidade e loucura que o tira do banal. Filmes ruins estão todos os dias listados nos jornais, nos shoppings e resenhados como maravilhas nas revistas e cadernos de “cultura”. 90% deles irão para o inferno dos maus filmes daqui a 10 anos, e nem um louco como eu terá a coragem de lembrá-los. E assim aconteceu com 80, 90% da produção americana classe A dos anos 40, 50, 60 e 70, enquanto muitos filmes, tidos como lixo daquela época, estão sendo resgatados em blogs e sites alternativos. A história do cinema está sendo reescrita pelos loucos e isso é bom. Viva a loucura, a verdadeira prova dos nove!
E meu filme, depois dessa arenga é um pé de página na história do terror dos anos 80. Filme canadense independente, dirigido por Maurice Devereaux, que na época ainda era um iniciante. “lady of the Lake”, de 1988, foi segundo filme e começou como um curta e acabou virando longa depois de uma dura jornada: o filme demorou seis anos para ser concluído. Por isso o espectador mais atento vai perceber que a aparência dos personagens apresenta ligeiras variações físicas. Não é com certeza uma maravilha, mas é um filme de orçamento quase zero, que tem aspectos interessantes. Mais que um filme de terror, estamos diante de um conto de fadas, uma história de amor fantasmagórica e poética, com muito erotismo. As poucas referências elogiosas lembraram as influências de Cocteau e Roger Vadim, além de “Excalibur” de John Boorman. Bem e já que citei este último então quer dizer que se trata de uma filme de temática arturiana ? Nem tanto.
Temos David(Erik Rutherford) um jovem pintor que recebe como herança - de um tio, morto por uma mulher meio monstro - uma cabana a beira de um lago, onde vários homens desapareceram ou morreram de forma misteriosa. Pouco a pouco descobre a lenda da dama do lago, e passa a receber sua visita nas noites. Seria tudo sua imaginação, afinal de contas? O filme avança nessa ambiguidade, até que o que parecia sonho e pesadelo se revelam reais: a dama existia sim e se chamava Viviane(Tennyson Loeh), um fantasma de uma atriz morta por um apaixonado que ela havia rejeitado. Ambos faziam parte de uma trupe itinerante de atores que se vestiam como personagens arturianos. A moça propõe um pacto ao apaixonado rapaz: ficaria com ele uma semana inteira amando-o e depois o abandonaria para sempre, pois após este período poderia mata-lo, como havia feito com outros anteriormente. É claro que ele aceita. Quem não aceitaria? E como não poderia deixar de ser a figura dela vai se revelando mais e mais sombria e demoníaca, ou pelo menos o que a cercava.
O filme foi resgatado do limbo pela revista americana Fangoria, especializada em filmes de terror, e também produtora de dvds. O diretor continua na ativa fazendo filmes de terror independentes, alguns premiados em festivais no Canadá e outros países.

2 comentários:

Marcia Lisboa disse...

e agora fiquei curiosa para assistir e não sei onde onde posso encontrar ! :-)

fernando fonseca disse...

nao se tem como mas posso tentar te enviar por email no filme, esta sem legendas. eu baixei de um site chamado cinemageddon, tente lá. obrigado.