quarta-feira, 18 de maio de 2011

Noiva da Noite- 1974


Alguns pontos sobre este filme esquecido nas prateleiras da nossa história do cinema brasileiro. Primeiro: não consegui encontrar uma única imagem desse filme na internet. Impressionante. Segundo: o filme foi dirigido por uma mulher. No caso Lenita Perroy. Além desse filme de 1974, ela ainda realizou outro filme: “Mestiça” com Sonia Braga. Esse pelo visto, impossível de encontrar.
Numa das minhas andanças pelo centro e pelos shoppings populares tive a sorte de encontrar um DVD (pirata evidentemente) desse filme. Confesso que foi uma compra intuitiva e no escuro, baseado mais nos nomes do elenco: a bela Rossana Ghessa e Francisco di Franco. Esse cara foi um dos meus heróis de infância , quando interpretava Jerônimo, o herói do sertão na TV. Outos nomes ilustres estão no elenco: Jofre Soares, Anselmo Duarte e o eterno cangaceiro Alberto Ruschel.
Lenita era casada na época com o francês Olivier Perroy, também diretor de cinema radicado aqui no Brasil. Uma mulher de múltiplos talentos: maquiadora, figurinista e cenógrafa. E a julgar por esse filme diretora talentosa. Pena que não prosseguiu na careira. E obter informações sobre o que anda fazendo não foi fácil. Parece que se dedica a cuidar de cavalos, pelo que percebi em alguns blogs.
O filme se constrói dentro de uma estrutura de faroeste. Alguns até o enquadram no sub-gênero “western feijoada”, o que para mim não corresponde. Trata-se de um filme de aventuras ambientado em área rural, digamos assim(o filme foi realizado em Itu, diga-se de passagem). Francisco di Franco , um garimpeiro, vê seu irmão assassinado pelos capangas do poderoso coronel local e é condenado a 10 anos de prisão. Em liberdade condicional ele regressa em busca de vingança: rapta a filha do coronel e inicia uma fuga sensacional através de um rio de águas caudalosas, com os capangas em seu encalço. Um filme de “macho”, viril, com toque feminino: não há cenas apelativas de nudez feminina, aliás, o filme é casto nesse quesito. Uma autêntica precursora da americana ganhadora do Oscar e ex-mulher de James Cameron, Kathryn Bigelow. Trama bem amarrada e conduzida, cenas boas de perseguição pelos pântanos, que prendem o espectador até o final violento e rápido. Um bom e curioso filme que merecia uma redescoberta.

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