sábado, 2 de abril de 2011

Macumba Love=1960


Nesse subgênero que criei dos filmes filmados ou com ação passada no Brasil e, realizados por estrangeiros, esse filme ocupa uma posição mitológica, O caso é que ele foi muito comentado e pouco visto. Filminho custoso de
encontrar. Não creio que tenha saído em dvd ou VHS E . Foi realizada em 1960 por uma pequena produtora americana em parceria com a Vera Cruz. A Revista O Cruzeiro publicou, na época da produção, uma ampla reportagem sobre o filme, destacando a participação da atriz Ruth de Souza, que tinha um papel de destaque, como uma feiticeira de vudu. A reportagem assinalava que o filme não tinha muito a ver com nosso país. Apenas havia sido filmado por aqui.
A história que envolve bruxaria, misticismo se passa em um país impreciso: uma mistura de Haiti e outras ilhas do Caribe com o Brasil. Politicamente incorreto ate o pescoço, como é de se imaginar. Bons tempos! As filmagens foram realizadas em uma praia de São Paulo ao que parece. Um escritor especializado em bruxaria chega a uma ilha ou país tropical, para investigar as manifestações religiosas nativas. Algumas mortes já haviam ocorrido na ilha e certamente tinham conexões com a religião local. A coisa desanda quando um casal chega ao país para passar a lua-de-mel. E a ex-donzela é escolhida pela bruxa local ( a nossa Ruth de Souza) para ser sacrificada. No elenco, ninguém muito importante à exceção da nossa grande Ruth. O diretor Douglas Fawley, de longa carreira como ator coadjuvante, despontou para o anonimato como diretor depois dessa produção. Aliás, foi seu único trabalho nessa seara. Já como ator teve longa carreira na TV. Como é de se imaginar estamos diante de um legítimo samba do crioulo doido, ou macumba para turista nenhum botar defeito. O resultado é surrealismo puro(que me perdoem Breton e Buñuel).
Algumas curiosidades: aqui o filme foi exibido com o título de “Mistério na ilha de Vênus”; outra e a presença ilustre de William Wellman Jr filho de um conhecido diretor americano, aqui num papel de destaque. June Wilkisson, a loura e heroína, chegou a ter alguma notoriedade como personagem de revistas de fofoca da época, mas como atriz passou em branco. Ela foi um dos subprodutos lançados na cola de Marylin Monroe e, que como se pode perceber aqui nesse filme curioso, não deu certo.

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